Charretes de Poços de Caldas em 1977. Foto de Claudio Larangeira
Enorme comoção tomou conta de Poços de Caldas. O motivo é uma "batalha" pela eliminação ou não de uma das mais antigas e bucólicas características históricas da cidade, tão marcante para o turista quanto tomar um banho na Thermas Antonio Carlos ou comprar um cristal da Ca d´Oro: o passeio de charrete.
Trata-se de uma atração em extinção no Brasil. O assunto tomou tamanho corpo que ensejou um programa especial de rádio e um abaixo-assinado na internet, pedindo ao prefeito e vereadores uma lei proibindo o uso de "charretes atreladas a animais", justificando que "a lei vigente desatualizada não é respeitada e não cita os devidos cuidados com os animais". Pleito justíssimo, exceto pelo pedido inicial. Simples assim: se uma lei não está sendo cumprida, proíbe-se o objeto dela? Já são mais de 6.500 assinantes pedindo o fim das charretes -as atreladas a animais.
Discussão antiga. É muito mais interessante para a cidade a manutenção do serviço, desde que devidamente fiscalizado, juntamente com a requalificação de condutores, veículos e animais. Não é preciso ir ao extremo das carruagens de Nova Iorque, mas a qualidade começa na apresentação do conjunto. Compare as atuais empobrecidas charretes com as da foto no alto. A solução é simples, e depende de algumas reuniões e a exigência do cumprimento das regras estabelecidas. E bom senso, claro.
ATUALIZANDO: Há uma outra petição pública em andamento, pedindo "Melhorias nas condições do uso das charretes e bem estar dos animais em Poços de Caldas".
ATUALIZANDO: Há uma outra petição pública em andamento, pedindo "Melhorias nas condições do uso das charretes e bem estar dos animais em Poços de Caldas".
Tradição em Poços de Caldas. A foto do "coche" acima é da década de 1920.
"Povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la".
6 comentários:
sou contra o fim dos passeios de charrete, mas muito a favor que tomem mais cuidados com os animais!
Ahh, esses especistas. Só por pertencer a raça humana se acham superiores. Acreditam que todas as outras criaturas estão aqui apenas para satisfazer a vontade do homem, esse ser supremo! Até se acham a imagem e semelhança do "criador". Pena que nossos primos mais próximos se atrasaram um pouquinho na evolução, teriamos um mundo mais interessante se disputássemos espaço com uma outra espécie igualmente inteligente.
Bem, se a desculpa é a tradição, acho que podemos voltar a lançar escravos as feras em arenas, garanto que não faltaria público. Aliás, a exploração de escravos também é uma antiga tradição. Queimar hereges, que tal? Também fez a alegria e trouxe diversão durante muitos anos.
Charretes, uma tradição "interessante para a cidade". Imagino o "orgulho" que eu teria se meu pai ou avô tivesse feito a vida vivendo da exploração de um outro ser. Como já foi dito: "Vida é valor absoluto!Não existe vida menor ou maior, inferior ou superior. Engana-se quem mata ou subjuga um animal por julgá-lo um ser inferior. Diante da consciência que abriga a essência da vida, o crime é o mesmo. Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens. Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
O Sr. Rogério dos reis pelo jeito nunca teve uma cachorrinho na infância, afinal nunca foi função de cachorrinho conviver com seres humanos. Será que ele tem uma criação de pernilongos em casa? Claro, ele jamais mataria um pernilongo que o picasse, afinal a vida do pernilongo também tem "valor absoluto" e o inseto existe para seus próprios propósitos, ou seja, sugar sangue.
Agora, comparar cavalos com escravos é descabido.
A convivência harmônica entre todas espécies é possível e, principalmente, desejável. E, caro senhor Pedro P. diniz, eu realmente não mato pernilongos, asim como não desejo morte aos charretistas, que vivem de "sugar" os animais.
Deixa o pessoal trabalhar e ganhar o sustento digno e honesto de suas familias. Os animais devem ser muito bem cuidados, afinal estive ae ano passado e achei que os animais estão sendo muito bem cuidado. Pena que moro longe em Araraquara S.P, pois tenho maior vontade de ter uma charrete também, fui carroceiro muitos anos aqui em minha cidade.
Pessoal, o fato é que se há um "problema", as críticas devem vir sempre com soluções.
Concordo que as charretes de Poços de Caldas devam permanecer, desde que regulamentadas e que seja praticada em espaço apropriado para que não haja riscos, nem para os cavalos e nem para as pessoas.
Da mesma forma, deve haver sempre uma fiscalização para que as condições em que os cavalos trabalham sejam boas e isso se diz tanto na sua função de "trabalhador", quanto nas horas em deve estar descansando (alimentação adequada, espaço, tranquilidade, medicação etc.).
O que foi feito, que já ajudou um tanto, foi a colocação dos "fraldões" para que os cavalos não sujassem as ruas. Isso incomodava muito, tantos a comunidade local quantos os visitante.
Outra coisa que poderia ser feita seria uma faixa extra para charretes na avenida João Pinheiro, no sentido centro/ bairro, onde esse transporte pudessem transitar com segurança.
No caso da discussão acima, concordo que todos os animais devem ser respeitados pois todos tem uma razão de ser(isso inclui o ser humano, animal também).
Na questão de preservação da história, realmente ela deve ser preservada sim, mas no momento em que COMUNIDADE LOCAL decidir que é hora de deixar certos hábitos de lado e mudar os pensamentos deixando o passado nas lembranças, isso automaticamente acontece. É um processo natural, para não cair do esquecimentos tem-se os museus e as as Casas de Cultura. Tudo requer equilíbrio e bom senso.
Assim, se as charretes ainda existem na cidade é porque tem indivíduos que os mantém sejam por gostarem do que faz (sim, a pessoa pode ser charreteira por gostar da profissão), seja por um meio honesto de sustento para a família.
As discussões são boas principalmente quando agregam conhecimento e desenvolvem a auto crítica.
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