Memória de Poços de Caldas desconhecia essa possibilidade até analisar com calma a foto acima, já publicada no site. Observe, bem diante dos pés dos distintos cavalheiros, os trilhos em plena Rua Junqueiras.
Roberto Tereziano esclarece: "Nossa cidade já teve bonde sim". O livro "Poços de Caldas, de Homero Benedicto Ottoni detalha: "A Câmara condeceu a 10 de outubro (de 1892) a Marcos Antônio Teixeira a exploração do transporte por carris urbanos, tração animada, bitola métrica. O trajeto principal, circular, passaria pelos hotéis, e iniciando na estação da estrada de ferro, seguia pela rua da estação, praça Senador Godoy, rua Junqueiras, Marquês do Paraná até a rua da Vala, ou do Canal de Desvio, donde regressava.
O ponto de estacionamento era na praça principal em frente ao sobrado de Constantino Moniz Barreto, posteriormente sede da Câmara Municipal, no pavimento superior.
Prazo de contrato de 25 anos, limite máximo permitido pela lei no. 2 para as concessões. Estava isento de impostos municipais, todavia, findo o prazo todos os bens da emprêsa reverteriam ao domínio municipal, sem indenização alguma. Obrigava-se o transporte gratuito de malas postais e seus condutores, à funcionários públicos mediante requisição de passe.
Com o advento dos carros de praça, também de tração animada, o bonde perdeu sua finalidade, foi deixado ao abandono, constituindo um amontoado de ferro velho no pátio externo da estação da Mogiana, lá ainda se achava no ano de 1904. Os trilhos estavam sendo retirados em 1899".
Tereziano complementa: "com o aparecimento e crescimento rápido dos carros de praça, coches, também de tração animal, muitos dos quais pertencentes ao Barão do Campo Místico e aos Quinteiros, o bonde perdeu sua finalidade. Depois houve ainda uma nova tentativa de voltar o serviço com o próprio empresário de cassinos e diversões Constantino Barreto, mas a ideia foi mais uma vez abandonada, ficando por muito tempo os trilhos atrapalhando o trânsito no centro da cidade. Estou à procura de um registro que tenho guardado em meus papéis, de um contrato feito entre prefeitura e um empreiteiro para a retirada dos trilhos".
Memória de Poços de Caldas agradece a colaboração de Roberto Tereziano.
Atualizando: em 3 de fevereiro de 2014 Denis W. Esteves, presidente do Instituto História do Trem, sediado em Ribeirão Preto-SP, enviou a publicação abaixo, localizada na Revista de Engenharia, de 18 de Janeiro de 1888. Confira:
Atualizando: em 3 de fevereiro de 2014 Denis W. Esteves, presidente do Instituto História do Trem, sediado em Ribeirão Preto-SP, enviou a publicação abaixo, localizada na Revista de Engenharia, de 18 de Janeiro de 1888. Confira:
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"Povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la".
1 comentários:
Fantástico. Não sabia dessa...
Enquanto isso, o monotrilho continua estático, firme, impassível...
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